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 Reserva Biofísica da Praia das Avencas

Praia das Avencas

Situada na Vila de Parede, na Costa do Sol, entre a Praia dos Pescadores e a de São Pedro do Estoril, a Praia das Avencas é hoje uma importante reserva biofísica, albergando um dos mais fascinantes e complexos ecossistemas da região. Fauna e flora encontram aqui um lugar com características muito particulares, quer a nível de exposição solar, quer das correstes marítimas, do substracto rochoso e dos ventos. A percolação de água doce, retida nos calcários, possibilita a existência de diversos musgos, líquenes e pteridófitas, das quais se destaca a avenca (Adiantum sp.) que dá nome à praia.

Supralitoral: A nível da flora, rica em avencas, destacam-se a lavanda-do-mar (Limonium virgatum), o perrexil-do-mar (Apiaceae), o chorão-das-praias (Aizoaceae), diversos plantagos (Plantaginaceae), a alface-dos-rios (Primulaceae), a erva-viperina (Boraginaceae), o eupatório (Asteracaee), o fel-da-terra (Gentianacae), a eufórbia-de-portland (Euphorbiaceae), o morrião-das-praias (Primulaceae), o rabo-de-raposa (Lamiaceae), os sapinhos-das-areias (Caryophyllaceae), o tapete-persa (Aizoaceae), a verbena (Verbanaceae), a saboeira (Caryophyllaceae), os ollhos-de-boi (Asteraceae), o pó-de-prata (Asteraceae), o mióporo-das-praias (Scrophullariaceae), o tamariz (Tamaricaceae), o meliloto-da-Índia (Fabaceae), o panasco (Poaceae), o trevo-entaçado e o trevo-branco (Fabaceae), a centáurea-menor-perfolhada (Gentianaceae), o cardo-de-Santa-Maria (Asteraceae), a raposa-dos-pântanos (Poaceae), as saudades-roxas (Dipsacaceae), a salgadeira (Amaranthaceae), a belíssima, mas discreta, salicária-dos-juncos (Lythraceae) e o trevo-azedo-bastardo (Oxalis pes-caprae/Oxalidaceae), que nestas arribas afortunadas ocorre sob a forma de uma rara variante de corola dobrada (Oxalis pes-caprae L. var. pleniflora).

A nível da fauna, podemos encontrar por aqui diversas aves marinhas. Os pilritos-das-areias, as rolas-do-mar, os mainás-de-crista, as gaivotas-de-asa-escura, as gaivotas-argênteas e as gaivotas-pardas são as mais frequentes, porém surgem ocasionalmente garças solitárias, ostraceiros, corvos-marinhos, pilritos-escuros, gaivotas-polares, gaivotões-reais, guinchos, alvéolas-cinzentas, andorinhas-do-mar, garajaus e gaivinhas-pretas. Mais raras, contudo avistáveis, são a gaivota-de-bonaparte, a gaivota-risonha, o painho-de-cauda-forcada, a rola-do-senegal e a felosa-bilistada.

Dependentes directamente da flora, encontramos a lagartixa-de-carbonell, diversos ratos-do-campo de pêlo claro ou mesmo branco, e a lagarta-do-funcho.

 

 

 

 

Mesolitoral: Nesta zona da praia, onde os filões basálticos criam poças de maré, deparamo-nos com uma biodiversidade riquíssima. Aqui existem diversas espécies de algas, em particular a Corallina elongata, a Ulva intestinalis, a Ulva-lactuca e a crustácea Lythophylum incrustans, que se fixam aos escolhos cobertos por um líquen marinho que os enegrece, a Verrucaria maura. Na zona de rebentação, onde a água doce que percola dos calcários escorre para a areia, na baixa-mar, verifica-se a existência de diversas cianobactérias gelatinosas. Os basaltos formam redutos permanentemente submersos e oxigenados onde muitas espécies encontram um lar ideal. Aqui escondem-se polvos, ouriços-do-mar, percebes, burriés, estrelas-do-mar, actínias vermelhas, lapas, mexilhões, caracóis-negros e pequenos caranguejos que passeiam sobre as rochas na baixa-mar.

Herbário Virtual da Vila de Parede
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Infralitoral: Nesta zona de maior profundidade encontramos outras algas, como o codium tomentosum - que geralmente prefere os baixios sempre submersos -, a bodelha e outras do género Fucus, algumas rodófitas, como o Gelidium sp., e a batata-do-mar (Calpomenia peregrina). Também aqui encontramos percebes, medusas - que por vezes dão à costa e ficam presas no areal -, sargos-bicudos, tainhas, robalos, cabozes, marachombas, peixes-aranha, santolas e navalheiras. Numa zona mais profunda e semi-fechada ao oceano, popularmente conhecida por «caldeirão», a biodiversidade aumenta substancialmente, dando guarida a cavalos-marinhos, ao invulgar Lepadogaster sp. e a peixes coloridos que lembram os dos mares do Sul. 

Herbário Virtual da Vila de Parede
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