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Um Lugar Especial
Estrada Militar

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Praia da Parede

Praia da Parede

Praia da Parede

Praia da Parede

Área da antiga Bateria Militar

Área da antiga Bateria Militar

Entardecer

Entardecer

Praia da Parede

Praia da Parede

Ruderal

Ruderal

Estrada Militar

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Praia dos Pescadores

Praia dos Pescadores

Praia dos Pescadores

Praia dos Pescadores

Praia dos Pescadores

Praia dos Pescadores

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Praia dos Pescadores

Praia dos Pescadores

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Jardins da Parede

Jardins da Parede

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Vila de Parede

Vila de Parede

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Vila de Parede

Vila de Parede

Praia das Avencas

Praia das Avencas

Aproximação aos ecossistemas e contribuição para a sustentabilidade paisagística.

 

A pressão demográfica e a construção civil tornaram urgente este levantamento florístico, tendo em vista um melhor conhecimento das espécies endémicas e subespontâneas que na Vila de Parede há muito encontraram um lar.

Grande parte das herbáceas e lenhosas, aqui representadas, possuem propriedades medicinais, alimentares ou tão-simplesmente estéticas que, se devidamente analisadas e aproveitadas, poderiam contribuir para a melhoria da nossa qualidade de vida e conservação dos ecossistemas, embelezando espaços públicos com a vantagem do baixo custo da sua manutenção.

Em vez de investirmos no seu combate, primeiro deveríamos investir no seu estudo, de forma a torná-las nossas aliadas e não inimigas. Antes de as regarmos com herbicidas - que por si só causam danos irreparáveis na saúde de todos, pessoas e animais - quem sabe se nos reconciliaríamos com o meio ambiente do qual, infelizmente, vivemos cada vez mais afastados. As espécies silvestres endógenas, ao contrário das alógenas e híbridas que enchem os nossos jardins monótonos e dispendiosos, encontram-se totalmente adaptadas ao nosso clima e aos nossos solos, não necessitando de regas frequentes nem da utilização de adubos e pesticidas, uma vez que a Selecção Natural as tornou geneticamente resistentes às vicissitudes do meio no qual evoluíram ou há muito se adaptaram. Além disto, convém lembrar que as suas sementes podem ser obtidas a custo zero e nos próprios locais. Os chamados "jardins de pedras" ou "jardins de sequeiro" - que privilegiam algumas espécies arbóreas como a oliveira, o zambujeiro, a alfarrobeira e a figueira -, podem ser plantados com recurso exclusivo a espécies autóctones silvestres e a materiais como o cascalho, a areia, os seixos e as madeiras, que lhes conferem uma aparência limpa e uma dinâmica original e até inesperada, carregada de simbolismo e de sentimento. Ao observarmos estas espécies no seu estado bravio, depressa nos apercebemos do incrível potencial das suas cores, formas, tamanhos, texturas e perfumes genuínos, bem como da enorme diversidade existente num só local. Seleccionadas de acordo com o efeito pretendido, estas plantas recriam ambientes naturais, feéricos, lugares que povoam a nossa imaginação e nos enchem de ânimo.

As gramíneas, as asteráceas, as fabáceas, as boragináceas, as umbelíferas e as cariofiláceas encontram-se entre as famílias mais interessantes e eficientes na criação destes jardins de sequeiro – que poderíamos apelidar de jardins prístinos –, contribuindo para a sustentabilidade dos recursos hídricos e para a harmonização com a energia telúrica.

Também do ponto de vista da medicina tradicional, há que lembrar que uma espécie afeita a uma região tem maior eficácia no tratamento de doenças sazonais dessa mesma área geográfica. Da mesma forma que não é saudável consumirmos fruta fora de época ou alimentos cultivados num clima muito diferente do nosso, também não devemos buscar longe a cura para os males daqui, isto porque os vírus e as bactérias também sofrem adaptações de acordo com as características dos locais onde proliferam. Os venenos e os seus antídotos tipicamente crescem lado a lado, pelo que é frequente encontrarmos labaças junto a urtigas, e dormideiras em campos de aveia, constituindo sintáxones frequentes. A Natureza nada deixou ao acaso; cabe-nos a nós reaprender-lhe a linguagem e deixarmo-nos cativar pela sua singularidade genial que nos reconduzirá à nossa essência enquanto emanações do espírito da Terra.

Serve o presente herbário para nos reaproximarmos da Natureza que há muito deixámos para trás, mas que nunca nos deixou a nós.

O ser humano sente necessidade de nomear tudo quanto o rodeia. Nomear é criar, é passar da possibilidade à existência concreta. Os nomes aproximam as pessoas umas das outras, fazem com que passem a conhecer-se. Conhecem-se porque são capazes de se nomearem mutuamente. Em relação à Natureza, passa-se o mesmo, quando conhecemos o nome daquela plantinha ali no passeio, a nossa postura tende a altera-se em relação a ela, a planta entra para o nosso «mundo conhecido», torna-se parte da nossa identidade porque participa do mesma esfera que nós, a esfera dos nomes.

Este herbário tem como função nomear os seres vegetais que moram nas nossas vizinhanças, para que aprendamos a respeitá-los e a integrá-los nas nossas vidas, que deles dependem.

 

Sem plantas não seria possível a nossa existência nem a de qualquer outro animal terrestre. Elas foram as pioneiras, desbravadoras de um mundo extra-aquático estéril, rochoso e árido. Colonizaram-no primeiro os líquenes que abriram caminho aos musgos, hepáticas e antocerotas, e estes por sua vez criaram condições ao desenvolvimento das plantas superiores. E a evolução continuou - insectos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos até chegar ao Homem.

Hoje lutamos por recuperar um património que nos tem sido negado e ao qual temos direito enquanto seres vivos. Não é necessário criarmos parques naturais afastados daquilo a que chamamos civilização; não é aceitável esperar pelas férias para termos contacto com a Natureza. A Natureza tem de ser aqui e agora, e fazer parte do nosso quotidiano. O mundo natural não é propriedade privada, não pode ser monopolizado nem sonegado; também não se trata de um remédio com contra-indicações que só possa ser tomado mediante prescrição médica e numa dose estritamente controlada.   

Está na altura de olharmos em nosso redor e compreendermos que não somos estranhos à Natureza e que esta não se encontra trancada em recintos longínquos que só possamos visitar se tivermos tempo e dinheiro. Ela está aqui, à nossa porta e nas nossas casas, e mesmo as mais frágeis plantas permanecem como silhares discretos desta construção magnífica que é o nosso mundo, apesar do betão com que a humanidade as tem vindo a cobrir.

Herbário virtual da Vila de Parede

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