top of page

Cavalinhas (Equisetaceae) Ordem das Equisetales

Existem dezasseis espécies dentro deste género único, pertencente à ordem das Equisetales e à classe das Equisetopsidas (ou Arthrophytas), não partilhando esta categoria com nenhum outro género. Com efeito, as cavalinhas são fósseis vivos de características muito particulares, que as isolam de todas as outras plantas.

 

O seu nome provém do Latim «equis» e «setum», o que se traduz genericamente por «cauda de cavalo», epíteto que, aliás, também as designa popularmente devido ao aspecto seu hábito. Surgidas durante o Paleozóico, mais concretamente no final do Devónico Superior, há sensivelmente 380 milhões de anos, as Equisetáceas reinaram sobre a Terra durante os períodos seguintes, Carbónico e Pérmico, anteriores ao Triássico, o que faz delas seres mais antigos que os dinossauros. As primeiras Magnoliophytas, plantas com flor, só viriam a surgir cerca de duzentos milhões de anos mais tarde, no início de Cretácico.

 

Identificação - As cavalinhas correspondem à segunda mais importante linha evolutiva das Pteridófitas. São um dos grupos de plantas vasculares mais antigos que se conhece e o único do seu género que sobreviveu até aos nossos dias. Para conhecermos outras espécies de Equisetum, precisamos de procurar nos registos fósseis do período Carbónico, onde nos depararemos com as fantásticas calamites, cavalinhas arbóreas que atingiam alturas superiores a trinta metros e que competiam com os fetos arbóreos.As cavalinhas não possuem flor nem sementes, e as suas folhas geram alguma controvérsia pela sua exiguidade e pelo facto de serem uninérveas, pois trata-se de micrófilos soldados na base, formando uma bainha abaixo dos nós, e que parecem resultar de um processo evolutivo a partir de espécies detentoras de venação complexa e, portanto, macrófilas, pelo que possuem sifonostela e não protostela.

As cavalinhas são geófitos/helófitos homospóricos e perenes cujos caules ocos tendem a desaparecer durante o Inverno. De crescimento erecto, os caules férteis surgem na Primavera, encimados por esporangiófitos reunidos em estróbilos. Os caules estéreis surgem assim que os férteis secam, podendo atingir alturas bastante consideráveis para um geófito, dependendo da espécie.As imagens mostram a espécie Equisetum telmateia, caracterizada pelo caule central esbranquiçado e quase liso, podendo crescer até cerca de dois metros. Em redor do caule central, formado por entrenós, dispõem-se os ramos verticilares fotossintéticos (verdes). Nos caules vegetativos (estéreis) as bainhas são cilíndricas e os entrenós são mais escuros e dotados de dentes de margem membranácea. Os caules férteis de um modo geral não apresentam clorofila e são mais curtos, providos de bainhas campanuladas com dentes mais longos que os dos caules estéreis. Os estróbilos são terminais e de aproximadamente 6cm de comprimento.

 

Como espécies anteriores à divisão da Pangeia em Laurásia e Gondwana, não é de estranhar que se encontrem disseminadas um pouco por tudo o mundo, com excepção da Austrália, das regiões desérticas e polares. Como helófitos, as cavalinhas instalam-se onde quer que encontrem água, nas margens de talvegues, orlas florestais e canais de regadio, quer ao Sol, quer à sombra. Suporta bem a proximidade do mar, mas não altitudes superiores a trezentos metros.

 

 

 

 

 

bottom of page