Não Vasculares LÃquenes
Divisão: Ascomycota Classe: Arthoniomycetes Ordem: Arthoniales FamÃlia: Arthoniaceae SinonÃmia: Arthonia impolita var. lobata Flörke; Arthonia lobata (Flörke) A. Massal.; Opegrapha endlicheri Garov.; Pachnolepia endlicheri (Garov.) A. Massal. Onde me encontrar: Nas cavernas marÃtimas.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Pertusariales FamÃlia: Megasporaceae SinonÃmia: Lichen calcareus L.; Verrucaria calcarea (L.) Humb.; Lecanora calcarea (L.) Sommerf. Onde me encontrar: Nos muros antigos e em algumas rochas.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Teloschistales, FamÃlia: Teloschistaceae SinonÃmia: Não encontrada. Onde me encontrar: Nos muros perto das praias.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Teloschistales, FamÃlia: Teloschistaceae SinonÃmia: Caloplaca festiva (Ach.) Zwackh. Onde me encontrar: Nos muros antigos.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Teloschistales, FamÃlia: Teloschistaceae SinonÃmia: Não encontrada. Onde me encontrar: Em praticamente todos os muros antigos.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Lecanorales FamÃlia: Physciaceae SinonÃmia: Lichen canescens Dicks.; Buellia canescens (Dicks) De Not. Onde me encontrar: Nos troncos das árvores - TÃlias e lódãos-bastardos.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Lecanorales FamÃlia: Lecanoraceae SinonÃmia: Lichen hagenii Ach.; Lecanora umbrina (Ach.) A. Massal. Onde me encontrar: Nos troncos das tÃlias.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Lecanorales FamÃlia: Lecanoraceae SinonÃmia: Lecanora chlarotera f. rugosella (Zahlbr.) Poelt. Onde me encontrar: Nos troncos dos lódãos.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Lecanorales FamÃlia: Lecanoraceae SinonÃmia: Lecanora parella (L.) Ach.; Verrucaria parella (L.) F. H. Wigg Onde me encontrar: Nos muros antigos.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Lecanorales FamÃlia: Physciaceae SinonÃmia: Anaptychia obscura (Ehrh.) A. Massal. Onde me encontrar: Na maioria dos troncas das árvores, com excepção dos plátanos.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Lecanorales FamÃlia: Ramalinaceae SinonÃmia: Não encontrada. Onde me encontrar: Nos troncos das árvores-da-chuva-dourada.
Divisão: Ascomycota Classe: Eurotiomycetes Ordem: Verrucariales FamÃlia: Verrucariaceae SinonÃmia: Hydropunctaria maura (Wahlenb) C. Keller. Onde me encontrar: Nas rochas marÃtimas.
Divisão: Ascomycota Classe: Eurotiomycetes Ordem: Verrucariales FamÃlia: Verrucariaceae SinonÃmia: Verrucaria controversa A. Massal; Verrucaria fuscoatra Pers.; Lithocea nigrescens (Pers.) A. Massal. Onde me encontrar: Nos velhos muros.
Divisão: Ascomycota Classe: Lecanoromycetes Ordem: Teloschistales FamÃlia: Teloschistaceae SinonÃmia: Não encontrada. Onde me encontrar: Na maioria das árvores, excepto plátanos.
LÃquenes - Terão sido provavelmente os primeiros organismos a aventurar-se em terra firme, abrindo caminho primeiro a musgos, hepáticas e antocerotas e depois à s plantas superiores. Porém, os registos fósseis são rarÃssimos devido à fragilidade destas espécies, o que torna difÃcil perceber em que época da história geológica terão de facto surgido. Um dos fósseis mais antigos descoberto até ao momento é oriundo da China e data de aproximadamente seiscentos milhões de anos.
Embora pertençam ao Reino dos Fungos, de acordo com a divisão de R. Whittaker, tratam-se de organismos fotossintéticos, resultantes da relação simbiótica entre uma alga verde ou cianobactéria e um fungo. O fungo (micobionte) fornece suporte, protecção, sais minerais e água à alga (fotobionte), que por sua vez produz por meio de fotossÃntese os nutrientes dos quais o fungo se alimenta. Existem a nÃvel mundial cerca de dezassete mil espécies de lÃquenes.
A importância ecológica destes simbiontes é extrema. Uma floresta sem lÃquenes é um mundo em processo de esterilização, e não apenas pela singularidade e riqueza visual que emprestam à paisagem e que tanto tem cativado pintores, fotógrafos e escritores ao longo dos séculos, mas principalmente porque os lÃquenes dão guarida a uma enorme variedade de insectos e invertebrados, que correspondem ao segundo nÃvel trófico da cadeia alimentar, ou seja, que sustentam diversos outros animais, sobretudo aves. Para além disto, os lÃquenes atraem insectos polinizadores, nomeadamente traças. Há que salientar que os lÃquenes são epÃfitos autotróficos, produzem o seu próprio alimento através de fotossÃntese, não parasitando o arvoredo que os alberga. Em adição, pela sua sensibilidade a factores como a poluição atmosférica, chuvas-ácidas e quÃmicos industriais e agrÃcolas, tornam-se biomonitores eficazes. Um ambiente poluÃdo produz menor número de espécies e também menor quantidade.
Mecanismos de reprodução - Os lÃquenes reproduzem-se por esporos ou vegetativamente. Grande parte pertence à categoria dos Ascomycota e, à semelhança destes cogumelos, também os seus esporos são produzidos no interior de uma estrutura própria em forma de saco, denominada ascus. O ascus contém o ascoma, o corpo frutificante, sendo que este pode apresentar diversas formas e variadÃssimas cores. Existem lÃquenes com peritécia, ou seja, espécies em que os asci se encontram marginados por uma estrutura protectora, o que lhes confere um aspecto quase esférico, e existem lÃquenes com apotécia, uma estrutura que abre para expor o ascus que se encontra no interior. Estes últimos podem apresentar ou não uma margem talosa, que os molda em forma de taça. Existem igualmente lÃquenes da categoria dos Basidiomycota e, tal como estes cogumelos, produzem esporos no exterior de uma célula designada basidium, que é comportada pelo basidioma. No caso da propagação vegetativa, os lÃquenes produzem propágulos de dispersão anemocórica ou hidrocórica. Estes propágulos contêm hifas do fungo, que atravessam toda a zona medular, e células da alga ou cianobactéria, podendo ser de dois tipos, sorédia ou isÃdia. No primeiro caso o propágulo é formado por pequenas parcelas macias desprovidas de córtex; no segundo formam-se excrescências com córtex.
O tipo de fungo envolvido na simbiose é que determina a divisão a que o lÃquen pertence (Ascomycota ou Basidiomycota). A presença de uma alga verde como segundo componente ocorre em cerca de noventa por cento dos casos, nos restantes verifica-se a parceria com uma cianobactéria com grande capacidade de fixação do nitrogénio. Devido à grande necessidade de nitrogénio, muitas vezes o lÃquen desenvolve uma estrutura própria, uma cefalódia, para albergar uma cianobactéria como fotobionte secundário, daqui resulta que na maioria dos casos os lÃquenes são uma simbiose a três.
Morfologia - Para além de epÃfitos, os lÃquenes podem ser epilÃticos, isto é, podem viver tendo como suporte o substracto rochoso, e apresentam cores e formas muito variadas, achando-se principalmente nos meios húmidos e sombrios, mas também em locais soalheiros, isoladamente ou em associação com pteridófitas e musgos, para os quais abre caminho nas rochas e nos ritidomas das árvores. O fungo, como responsável pela fixação do lÃquen ao suporte, encontra-se principalmente nos tecidos inferiores (protalo) por vezes visÃveis da zona distal, enquanto a alga, assente sobre uma camada medular intermédia, compõe os tecidos superiores mais expostos à luz solar e é observável sobretudo a nÃvel do talo, podendo ou não achar-se coberta por um córtex. As cefalódias, estruturas que albergam a cianobactéria, quando existem, correspondem geralmente a zonas mais escuras ou a manchas circulares no talo. Os ascocarpos correspondem à s zonas de frutificação acima descritas (peritécia e apotécia).
Na Vila de Parede, os lÃquenes existentes encontram-se associados aos lódãos-bastardos, à s mélias, à s árvores-da-chuva-dourada, aos muros e telhados antigos e à s arribas costeiras onde a percolação de água-doce através dos calcários cria um habitat ideal, permanentemente húmido.